Por: Assessoria / Veracel -
![]() Harpia imobilizada, sendo examinada pelo médico-veterinário Mário Martins |
A ave, pesando cerca de 7 quilos e ainda apresentando uma plumagem juvenil, foi resgatada pela Companhia Independente de Proteção do Patrimônio Ambiental (CIPPA) no interior da fazenda Sertaneja, no distrito de Vera Cruz, em Porto Seguro (BA), e encaminhada ao IBAMA para avaliação de sua condição física, estado de saúde e condição de soltura.
![]() A Harpia foi instalada em uma área de segurança isolada no CETAS Porto Seguro ![]() |
![]() Harpia tomando banho de sol no CETAS Porto Seguro. Ao fundo, a mata da Estação Ecológica do Pau-Brasil/CEPLAC. ![]() |
As harpias despertam muita atenção popular porque estão entre as maiores aves de rapina de todo o mundo, possuindo um grande bico recurvo e garras afiadas maiores que as de um urso, ferramentas que utilizam para dominar as suas presas.
![]() Detalhe do tamanho das garras da harpia sobre um tronco ![]() |
Uma vez instalada neste viveiro, a evolução da ave será novamente avaliada e, sendo considerada apta para a soltura, deverá receber um rádio-transmissor e passará a integrar o plantel de Harpias hoje monitoradas pelo Projeto Harpia na Mata Atlântica.
![]() Harpia descansando sobre um tronco ![]() |
Os técnicos destas instituições utilizam sistemas de localização via satélite e via rádio para acompanhar Harpias na natureza 24 horas por dia e assim compreender melhor a ecologia e a importância destes predadores de topo de cadeia alimentar para o equilíbrio ambiental das áreas onde eles ocorrem.
A idéia é reproduzir com este novo animal o sucesso já alcançado com a Harpia Katumbayá, ou mãe-da-mata, como foi batizada a ave solta pelo projeto em 2008 e cujo acompanhamento diário via satélite levou a localização de seu ninho em 2010, na área de entorno do Parque Nacional do Pau Brasil/ICMBIO, fornecendo valiosas informações sobre a ecologia e padrões reprodutivos e de deslocamento desta espécie.
Segundo Ligia Mendes, gestora a da RPPN Estação Veracel, as Harpias, por serem indicadores da qualidade do ambiente em que vivem, vem sendo acompanhadas de perto pela empresa desde 2005, quando pesquisadores localizaram o primeiro ninho de harpia na Bahia no interior da RPPN Estação Veracel, estabelecendo um marco no estudo da reprodução da espécie em nosso estado.
Desde então, a Veracel desenvolve atividades educativas e sócio-ambientais voltadas para a proteção da espécie na região sul da Bahia, contribuindo com a pesquisa e preservação destes animais e dos ecossistemas onde vivem.
Segundo Lucas Mota, biólogo do CETAS do IBAMA em Porto Seguro, a conservação e o estudo destes animais é de suma importância pois eles são predadores de topo de cadeia alimentar e, por isso, responsáveis pela manutenção do equilíbrio ecológico das áreas onde habitam.
Mota acrescenta que o desconhecimento da população quanto à importância de predadores como as Harpias ainda é o principal entrave para sua conservação. “As Harpias são como termômetros da saúde da floresta. Ver uma harpia na mata, caçando por si mesma, é um indício de a população de suas presas é variada e está presente em quantidade suficiente para manter um predador tão grande quanto ela. E isso é um indício do bom estado de conservação da floresta, o que beneficia tanto os animais quanto os seres humanos.”
Assim, se você viu um desses animais ferido, sabe quem os mantém em cativeiro ou tem informação sobre a sua presença na natureza, entre em contato com IBAMA através do telefone (73) 3281-1526/3281-1652 e apóie o Projeto Harpia na Mata Atlântica.
A ajuda que você presta agora servirá para que, no futuro, nossos filhos ainda possam conhecer e apreciar a beleza desses animais majestosos, assim como a beleza da Mata Atlântica onde eles vivem.
Material publicada por http://www.nossacara.com/