NOTA PÚBLICA
O Instituto Pensar Cacau – IPC vem tornar público o seu veemente repúdio e manifestar desagravo em favor dos produtores de cacau da Bahia, tendo em vista considerar ofensivas as declarações feitas pelos senhores Henrique de Almeida – presidente da Associação dos Produtores de Cacau-APC/Diretor Geral do Instituto Biofábrica e Raul René Valle – pesquisador da CEPLAC, durante entrevista concedida à TV MERCADO DO CACAU, onde tratam do Projeto Renorbio, matéria jornalística que pode ser acessada na Internet através do site www.mercadodocacau.com.br ou http://www.youtube.com/watch?v=GIRM4dEIC-c.
Ao classificar todos aqueles que discordam dos seus interesses como sendo “uma canalhice generalizada na região”, o presidente da APC e Diretor Geral do Instituto Biofábrica, Henrique de Almeida, assumiu uma postura descortês e arrogante e que, se não chega a contrariar os princípios das instituições que representa, certamente fere os princípios universais da ética e da moral.
Além disso, diante do notório descontentamento da classe produtora em relação à desastrosa atuação da CEPLAC, principalmente após a introdução criminosa da vassoura-de-bruxa (este sim um sentimento generalizado), o presidente da APC ainda tenta confundir a opinião pública alegando uma inverdade ao dizer que querem “acabar com a instituição CEPLAC”.
Claramente o presidente da APC evita o contexto da problemática, utiliza-se de fatos inverídicos e deixa de declinar os nomes daqueles a quem se referiu de forma desrespeitosa.
Ainda no decorrer da entrevista, tentando justificar o injustificável, o presidente da APC afirma: “Será que não foi a partir da introdução do CCN51 que apareceu o nosso mal do… a doença do mal do facão?“. Acrescenta ainda Henrique de Almeida: “Eu já tenho algumas respostas, mas eu tenho responsabilidade e não vou sair colocando”.
Nesse caso, se a suspeita do ilustre presidente da APC estiver correta, faz-se necessário a abertura de um procedimento administrativo para apurar as responsabilidades, uma vez que o clone CCN51 foi importado do Equador de forma legal e inclusive submetido à quarentena pelos órgãos competentes. O assunto é sério e não pode ser utilizado como instrumento de especulação.
Ainda sobre o “mal do facão”, o presidente da APC age de forma temerária ao declarar: “Eu já tenho algumas respostas”. Ora, trata-se de matéria eminentemente técnica, cabendo apenas aos profissionais da área e à própria CEPLAC responder tais questionamentos, a exemplo de recente manifestação na Lista do Cacau feita por pesquisador da Unicamp sobre o caso, onde discorda da teoria formulada por Henrique de Almeida.
Ultrajantes ainda são as declarações do pesquisador Raul René Valle, quando se refere à crise da lavoura cacaueira, dizendo que “não há mal que dure cem anos”, acrescentando que o produtor “tem que ter paciência um pouco né!“ e ainda: “como sempre nós estamos dando esse tipo de esperança”. Proferir tais impropérios depois de mais de vinte anos de crise, é, no mínimo, tripudiar da situação das vítimas da introdução criminosa da vassoura-de-bruxa e dos infinitos erros da própria CEPLAC.
Lastimável. Este é o termo mais adequado para classificar a colocação do presidente da APC ao referir-se a assunto de responsabilidade da CEPLAC, quando diz: “para as pessoas que reflitam e não saiam nos criticando de qualquer forma”, como se “ceplaqueano” fosse. Lembramos ao senhor Henrique de Almeida que ele não é ceplaqueano e que ainda preside uma instituição criada para defender os interesses de alguns produtores.
Por fim, o Instituto Pensar Cacau vem de público dizer que não acredita na independência de uma instituição cujo presidente, além de ocupar cargo cuja indicação é sabidamente política (eticamente incompatível), ainda assume a defesa incondicional da CEPLAC, em detrimento dos interesses dos produtores de cacau da Bahia.
Itabuna(BA), 21/09/2011.
Instituto Pensar Cacau