POR VLAMIDIR HUGHES
Não acredito em salvadores da pátria. São apenas homens que se aproveitam de uma situação e que depois, com o tempo, surge a desilusão dos liderados, e se perdem no julgamento da história, como loucos ou tiranos. Isto pode ser visto historicamente quando Hitler dominou toda a Alemanha, com o sentimento proveniente da chaga aberta na mente deste brioso povo com a perda da 1ª Guerra mundial e destroçada economicamente por outros países que colocaram o custo da guerra sobre esta nação. Assim, com um discurso revanchista e racista, Hitler dominou o pensamento germânico e lançou aquele país em um período mais negro que antes. Ou seja, se existia um fundo do poço, definitivamente não era a 1ª guerra. E, assim se sucedem os erros que todos conseguem enxergar no decorrer do tempo.
A nossa cidade cometeu erros sucessivos. Durante mais de 30 anos foi governada por bacharéis em Direito, parecia até a República velha, onde políticos, em geral, eram advogados. O país só começou a mudar com Getúlio Vargas, JK e os militares. Em Ilhéus, tínhamos e temos AO, JR, Newton Lima. Nada contra advogados ou bacharéis, mas governar e administrar não estão em seus conteúdos programáticos de faculdade ou de vida. Quase sempre quando administram são mais flexíveis com a legislação, por terem loucuras por brechas, mas que profissionais de outras áreas. Falo isto porque tem gente mentindo, tem gente escondendo o ouro.
Enquanto esperamos uma eleição, onde tudo por enquanto caminha para mais um erro sentimental cometido pela manada, venho concordando cada vez mais com o tricolor Nelson Rodrigues - onde afirmava que toda unanimidade é burra, basta ver o que aconteceu com o atual prefeito. Torço por uma mudança no tapetão. Tem gente que deve, que está louco atrás de um processo na Câmara que julgou as suas contas, na calada da madrugada com uma pessoa de outro partido. Tem gente que a Panambra adora, meu amigo: o sanguessuga local. Neste país, as coisas acontecessem com a “celeridade”, mas as coisas vão rolando. As peças do quebra-cabeça já começam a dar certas tonalidades graves. A ação de desconstituição da decisão do TCM vai ser rápida? O Ministério Público vai opinar? Ou acontecem aquelas famosas decisões judiciais com base pecuniárias em tempo recorde?
O que me estarrece, é que o vale tudo da política, transforma pessoas que pensam com o estômago, nos julgadores da coisa toda. A democracia é uma invenção louca para massacrar aqueles que pensam, tais como aconteceram com os oposicionistas a certos regimes personalistas. Somos derrotados pelo sentimentalismo e não pela razão plena. O grande filósofo Sócrates dizia que a arte de governar era a mais importante de todas. Pois quando se está doente procura-se um médico. E quando se precisa de um gestor para governar os destinos de todos, vamos procurar quem? O mais seguro é alguém com experiência? Só que o mundo mudou, não se tem mais como governar como antigamente. Pois nenhuma crise foi contornada por esta pessoa ou grupo, aliás, muito do que acontece hoje teve origem na sua gestão, e não se pode negar.
A política ilheense vem se resumindo a fulanização, homens que governaram por longos anos e que, sabedores da falta de perspectiva histórica, mas popularmente: o povo só se lembra do último prato que comeu e olhe lá, colocam a culpa de todas as faltas de uma cidade no ombro de um só otário gestor ou gestor otário que está mais para malandro. Calado, ele não se defende, pois sabe que a vingança é o sentimento comum de alguns e ele pode ter sérios problemas em caso de uma briga desnecessária.
Não posso mais lutar sozinho. As pessoas de bem tem que escolher com a razão. Não podemos esquecer o passado, é difícil acreditar que o passado era melhor, o passado passou, pois senão não reconheceremos as mudanças positivas havidas no país, na Bahia e na Região. Soluções antigas não dão mais resultados em um mundo que mudou. A internet, a sustentabilidade ambiental, a revolução das minorias, a revolução gerencial dos governos, a revolução digital e a liberdade de acesso as informações, enfim coisas que transformaram a nossa percepção de governabilidade e governança. Daqui para frente somos responsáveis pelo entendimento, que mesmo que haja um retardo, o mundo sempre caminhará para frente, e a história esquecerá os seus mentirosos, a realidade, enfim se força e reforça e avança, mesmo que alguns não queiram
