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15/10/2010

A planejada fuga de Serra

Serra "abandonou" a UNE e fugiu dos militares



Escondido na casa de amigos, Serra, foi proibido por Sergio Motta e *Egydio Bianchi, que temiam por sua segurança, os colegas da AP estavam presos, vigiados na sala por policiais enquanto aguardavam a chegada do microônibus que os levaria para a carceragem do Departamento de Ordem Política e Social, o Dops. Agindo por impulso e sem saber quem estava ligando, a estudante Marli Gouveia atendeu o telefone para avisar do perigo. 'Eu soprava baixinho Dops, Dops, mas ele não entendia. Ficava perguntando se o Sergio e o Egydio estavam lá', conta Marli. 'Até que um policial pouco engenhoso tomou o fone e disse: 'Companheiro, venha para cá e traga os outros companheiros'. Foi a deixa para Serra perceber que a situação continuava perigosa. No entanto, Serra saiu do Brasil.
Por Pedro Paulo Rodrigues Cardoso de Melo:

Mas, e a UNE? Como se explica o fato de uma entidade ter sido tão veemente contrária a essas políticas econômicas por anos a fio, ter batido de frente com a mesma em vários e diversos atos públicos, ter denunciado que tal visão econômica e de mercado representava a decadência da soberania econômica do país e mais um monte de diagnósticos parecidos, não dar o ar da sua graça para, pelo menos, dizer que mudou de opinião?
Como se explica a incógnita de uma política econômica que é demonizada em um governo anterior ser a mesmíssima política econômica que passa incólume, sem uma única passeatazinha contrária, sequer, em governo posterior, apenas porque esse governo é de esquerda e socialista num flagrante descarado de que havia um discurso muito distante da prática que, não custa lembrar, é o que definitivamente vale.
Portanto, o “sumiço” da UNE e dos seus antigos protestos contra a política econômica do governo de direita, capitalista e Neo-Liberal de FHC denuncia uma única coisa: a UNE nunca lutou contra essa política econômica, mas contra o governo anterior, apenas. E isso me faz ver outra coisa: no meu tempo de DCE (e de suas infinitas reuniões), de liderança estudantil e das minhas passeatas organizadas pela UNE, eu estava sendo enganado (ou me enganando?) o tempo todo.
O sumiço da UNE mostrou-me que no meu tempo de esquerda, todas as minhas lutas, sonhos e anseios eram por algo inexistente. A hibernação “unesca” deixou claro para mim que a minha luta por justiça, ética, solidariedade e outras coisas do tipo, nada mais eram que palavras de ordem para uma prioridade maior: a tomada do poder administrativo do país por outro grupo político que no final das contas mostraria que nem era outro também, mas o mesmo de sempre.

A ausência da UNE em dar à sociedade uma posição a respeito dessas coligações por parte do seu governo também deixa claro que a mesma, ou nunca se importou de verdade com o fisiologismo característico da política brasileira e tudo aquilo que ela manifestou no passado recente, inclusive, não passava de cenas teatrais ou a mesma não é mais a mesma.
O lado positivo de tudo isso é que as coligações do governo de esquerda são tão de direita que pelo menos serviu para algo muito bom: escancarar de uma vez a verdade de que no Brasil, essa história de esquerda e direita não passa de “história da carochinha”.
Quem Optou por ficar no Brasil e participar ativamente da resistência à ditadura, primeiro das mobilizações estudantis, depois das organizações clandestinas, que buscavam criar as condições para uma luta armada contra a ditadura militar, foram difamados, perseguidos, torturados e TAXADOS DE GUERRILHEIROS.
Serra viveu no Chile ‘Chicago Boys’ no Chile chilenos “treinados” em Chicago com bolsa dos EUA, com idéias radicais de livre mercado chegaram a dominar o mundo, de como varreram a antiga União Soviética, a América Latina, a África, de como essas idéias triunfaram durante os últimos trinta e cinco anos. e com objetivos de transferência ideológica, à extrema direita que efetuou o golpe de Pinochet.
A Escola de economia de Chicago representa essa contra-revolução contra o Estado de bem estar social. A doutrina de Choque da ativista Naomi Klein, tendo como símbolo da história Milton Friedman que assessorou Pinochet nos anos setenta.
Depois da eleição de Salvador Allende, a eleição de um socialista democrático, em 1970, houve um complô para derrubá-lo. Nixon disse genialmente: “Que a economia grite”. E o complô teve numerosos elementos, embargos, etc e finalmente o apoio para o golpe de Pinochet em setembro de 1973. Escutamos muito falar nos ‘Chicago Boys’ no Chile, mas não sabemos detalhes sobre o que foram na realidade.




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"Há hoje em curso um movimento orquestrado pelo egoísmo onde grandes empresas nacionais e estrangeiras, somam grandes áreas, expulsando aos poucos, os pequenos produtores familiares, através da aparente legalização da compra de terras. E não é só no mundo do agronegócio mas também no imobiliário litorâneo."