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22/05/2012

Lá fora é bonito, aqui é proibido

Por Davi Schweitzer

Já faz algum tempo que vi no site da Exame uma matéria sobre "Os 10 países mais verdes do mundo". Na época, achei engraçadinho, mas estava escrevendo outros textos então deixei essa notícia para depois. Bom, o resumo da ópera é o seguinte: as universidades de Yale e Columbia bolaram um "Índice de Performance Ambiental", e o utilizaram para eleger os 10 países mais verdes. Os resultados seguem abaixo:

1.    Suíça;
2.    Letônia;
3.    Noruega;
4.    Luxemburgo;
5.    Costa Rica;
6.    França;
7.    Áustria;
8.    Itália;
9.    Reino Unido e Suécia (empatados em 9º).
Achei a matéria da Exame bem ilustrada, com uma foto para cada país, sempre fotos muito bonitas. Porém notei algo estranho. Se os mesmos lugares retratados fossem no Brasil, acho que não seriam exemplo de "país verde". Vejam abaixo:

Paisagem da Áustria: Cadê os 20% de Reserva Legal em cada propriedade? E aquele topo de morro sem APP?

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Letônia: Cadê os 30 metros de APP na beira do rio?

Noruega: Se fosse aqui, alguém já diria que "os ricos estão destruindo a natureza

Itália: Ah um IBAMA por lá, hein?
Mais uma da Áustria: Eu queria um Ministério Público lá pedindo pra derrubar todos os prédios, destruir o molhe e demolir aquele castelo no topo do morro.
E o Brasil?
Sabem em que posição o Brasil ficou? 30º. Os resultados estão disponíveis nesse link.

Eu queria que eles fizessem um novo índice, algo como "Índice de leis ambientais absurdas". Nesse o Brasil sairia ganhando disparado. Já viram quantas leis ambientais existem no país? Se aplicassem nossas leis ambientais por lá, garanto que nenhuma dessas fotos existiria, ou estariam sendo utilizadas como prova pelos IBAMAs e Ministérios Públicos de lá para processar os proprietários. E isso, não se enganem, é parte significante do nosso atraso em relação a eles. Não sou especialista em direito, mas quem sabe algum leitor mais esclarecido pode me dizer se nesses países há algum equivalente a nossas APPs ou o que acho a maior aberração jurídica, a Reserva Legal. Até onde sei, nesses países, se o Estado quer conservar algo para todos, ele paga por isso, com o dinheiro de todos.
Como já falei antes, somos a vanguarda do atraso. Aqui, o Estado decide que vai proteger algo para todos, na SUA propriedade, e caso você não concorde com isso, adivinha quem é o responsável? Você! Eles retiram parte significativa da SUA propriedade para todos, mas você não ganha nada por isso. Ao contrário, se você não devotar seu tempo para fazer tudo como o Estado determina você pode pagar por isso, ou mesmo perder sua liberdade.

Essa é a democracia que os ambientalistas de Alphaville, eleitores da Marina e ongueiros que nunca plantaram um pé de mandioca defendem: o produtor rural preserva por sua própria conta (e prejuízo), é uma das categorias mais desvalorizadas do país,  fornece uma das comidas mais baratas do mundo, e ainda é culpado pelos males do país. Com o apoio das ONGs européias, que acham bonito preservar aqui, mas gostam de plantar por lá.

Minha sugestão aos ecochatos: da próxima vez que forem à Europa, façam como fez a senadora e presidente da CNA, Kátia Abreu, e defendam que todos aqueles palpiteiros de lá adotem os mesmos critérios de nossa legislação ambiental. Outra alternativa seria que começassem a pensar em como melhorar nossa legislação. Mas a melhor de todas as alternativas para o Brasil é que nossos ambientalistas de miolo mole, na próxima visita a esses "países verdes", ficassem por lá. Será o maior dever cívico que farão pelo país.

por Davi Schweitzer

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