PESCA SUSTENTÁVEL
Projeto da Bahia Mineração beneficia 750 pescadores das comunidades de Pau D’Arco, Parateca, Ilha do Zezé e Mocambo
O Conselho do Meio Ambiente da Bahia (Cepram) reconheceu o projeto Pesca Sustentável como iniciativa inovadora e de grande importância para as comunidades locais e aprovou uma Moção de Apoio ao projeto. O Pesca Sustentável é uma iniciativa da Bahia Mineração em parceria com o Instituto do Conhecimento (ICON) e envolve 750 pescadores do município de Malhada, a 899 km de Salvador, especificamente das comunidades de Pau D’Arco, Parateca, Ilha do Zezé e Mocambo, no trecho médio do Rio São Francisco, sudoeste do estado.
O Pesca Sustentável alia o conhecimento cultural ao científico na busca por soluções participativas para a sustentabilidade da pesca artesanal e geração de renda. Para isto, está desenvolvendo uma base de informações que possibilite implantar medidas de manejo e gerenciamento participativo da pesca naquelas localidades. O projeto também vai promover o desenvolvimento da cadeia produtiva e comercial, agregando mais valor ao pescado como forma de aumentar a renda sem necessariamente ampliar a produção.
Segundo o diretor de Desenvolvimento Organizacional do ICON, Guilherme Luiz Marback, o Conselho de Meio Ambiente do Estado da Bahia (Cepram) é o mais antigo do Brasil. “Como é o órgão máximo consultivo do sistema de gestão de meio ambiente do estado, receber uma moção de apoio ao nosso projeto significa a certificação da sua capacidade de transformação”, explica o diretor. “Esta chancela será determinante na construção da articulação institucional para trazer para junto do projeto as diversas entidades governamentais que interagem no sistema, influenciando as políticas públicas para a melhoria das vidas das comunidades e gestão do sistema de pesca sustentável na região”, completa Marback.
Manejo sustentável - As lagoas da região guardam um importante diferencial, principalmente no diz respeito à produção de peixes. Nas 30 lagoas, cujas áreas variam entre 100 e mil metros quadrados são produzidos atualmente três toneladas de pescado por mês, um volume 60% maior que na outras lagoas ao longo do rio. Esta fartura se deve basicamente à preservação desse ecossistema e à exploração sustentável. A pesca é artesanal e as redes usadas possuem malhas que impedem a captura de peixes pequenos. Com o Pesca Sustentável, manejo e monitoramento estão ainda mais rigorosos com medição e pesagem dos peixes para melhorar a gestão do ambiente de pesca.
O próximo passo importante para aumentar a renda é a reintrodução do surubim, espécie extinta no local, de alto valor comercial e que também terá um papel importante no equilíbrio do ecossistema. A reintrodução do surubim está prevista para março de 2012. Atualmente, 70% do pescado local é da espécie curimba.
O Pesca Sustentável também ajuda na reorganização das associações, visando à regularização e formalização dos pescadores. O objetivo é que esses profissionais tenham mais conhecimento para conviver com a biodiversidade local e estejam organizados para gerir o negócio de forma mais rentável, promovendo o desenvolvimento de suas colônias e das comunidades locais.