A fabricante de calçados Vulcabras/Azaleia informou hoje que vai fechar seis fábricas na Bahia, nos municípios de Itarantim, Ibicui, Iguai, Itati, Maiquinique e Potiragua.
Em fato relevante divulgado aos investidores, a empresa afirma que vai manter as demais doze filiais do Estado: Itapetinga, Bandeira, Itambé, Macarani, Firmino Alves, Itaia, Itororó, Rio do Meio e Caatiba. Os 1.800 empregados serão transferidos para essas fábricas. “Também disponibilizaremos transporte diariamente para estas localidades”, informa a empresa.
De acordo com a empresa, os funcionários que não quiserem mudar de fábrica receberão indenização. “Aos que não optarem pela transferência, concederemos uma gratificação financeira de dois salários mínimos, além do pagamento de todas as verbas rescisórias”.
As unidades fechadas têm baixo volume de produção, diz a Vulcabrás/Azaleia, e “o que não permite ganhos de escala para melhorar a competitividade”. Além disso, as filiais estão distantes da matriz, em Itapetinga, o que eleva os custos com manutenção de máquinas e equipamentos de informática, de conexão de dados e transportes. Com o fechamento, a empresa diz que vai deixar de realizar mais de 10 mil quilômetros em viagens por mês.
Segundo o comunicado, a decisão foi tomada para que a companhia “recupere as condições para fazer frente à concorrência no mercado interno, especialmente com os produtos importados”. A Vulcabras/Azaleia criticou o que considera uma “concorrência predatória” dos importados em relação aos produtos nacionais.
“Depois de uma ligeira queda das importações provenientes da China com a imposição da tarifa antidumping contra o referido país, a importação voltou a crescer fortemente, com grandes indícios de fraudes (triangulação - prática considerada "comércio desleal" na qual importadores optam por enviar produtos a outros países antes de remetê-los ao Brasil, para fugir do pagamento da sobretaxa imposta pelo governo brasileiro), que foram denunciadas pela indústria calçadista ao governo no início do ano.”
A empresa informa que a produção na Bahia não será afetada, e o que o Estado continuará abastecendo as fábricas do Sergipe (Frei Paulo) e parcialmente a do Ceará (Horizonte). Nos últimos quatro anos, a Vulcabras/Azaleia investiu R$ 207 milhões nas unidades do Estado, segundo a empresa. “Além disso, é da Bahia que sai a maioria dos tênis Olympikus, dos chinelos Opanka e uma boa parte dos nossos calçados femininos (Azaleia e Dijean).”
A Vulcabras/Azaleia ressalta a decisão não tem relação com a abertura fábrica que está sendo montada na Índia.
Por Letícia Casado Valor