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01/07/2010

Warapuru - De um futuro com glamour às imagens de Ruínas


Considerado pelo New York Times como um dos melhores hotéis de luxo do futuro, o Warapuru foi idealizado para se destacar entre os melhores: 40 bangalôs com piscina privativa e mordomo 24 horas por dia, mais 17 vilas que seriam comercializadas como casas de férias. Um luxo inspirado nos melhores hotéis do Oriente que tão cedo não vê a luz do dia, um complexo "seis estrelas", que está sendo implantado em 49,9 hectares de área costeira e de Mata Atlântica, na Fazenda Engenhoca, em Itacaré (a 428 km de Salvador).




A coordenação do Resort Warapuru da qual faz parte  Valéria Cardoso, no inicio do projeto, após consultar especialistas na legislação ambiental de APA, tomou a decisão de estabelecer o projeto em 49,9 ha. Isto para  fugir do processo de EIA/Rima, pois de acordo com a lei projetos hoteleiros em área de preservação, acima de 50 ha, deveria apresentar os EIA/Rima. A fonte se negou a falar o nome dos consultores. Sabemos que quem estava a frente das questões ambientais do empreendimento era o Sr. Salvador de tal... A verdade é que esta decisão, equivocada, acabou levando o empreendimento ao abismo que hoje se encontra.



Em Fevereiro de 2007, o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) mandou parar as obras do resort durante um ano e meio. Seguindo a orientação do Ministério Público Federal, o Warapuru teve embargo por falta de licenciamento ambiental do Ministério das Minas e Energia pela supressão de vegetação, movimentação de terra e ser Área de Proteção Permanente (APP). Na verdade o Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil pública, na Vara Única da Justiça Federal de Ilhéus, com pedido de liminar, para a paralisação das obras de construção. As autoras da ação pedem determinação judicial para que o Warapuru obtenha licença para a construção, mediante apresentação do estudo Prévio de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima), que terá de revisar os documentos que os libera das obrigações. O MP acusa a empresa Harmattan Ltda. e a Construtora NM Ltda., entre outras irregularidades, de realizar obras com supressão da Mata Atlântica em estágio médio e avançado de regeneração, com alteração da rede de drenagem, aterro e terraplanagem do solo. Acusa os órgãos ambientais de, em clara afronta à lei, concederem licença sem que a Harmattan tivesse apresentado o EIA-Rima, numa manobra para evitar o documento essencial, por se tratar da construção de complexo hoteleiro dentro da Área de Proteção Ambiental (APA).



Nessas alturas, o empresário Diogo Vaz Guedes tinha enterrado 30 milhões de euros no projeto megalómano desenhado por Anouska Hempel, a famosa designer de interiores inglesa responsável pelos hotéis Blakes, Amesterdão, e The Hempel, em Londres.

Quando finalmente o Supremo Tribunal deu razão a Vaz Guedes e o embargo foi levantado, o empresário português não quis avançar sozinho e as obras permaneceram paralisadas.

Foi então que surgiu a hipótese de o Warapuru se transformar em Aquapura Itacaré. Parecia a solução perfeita: a Aquapura tinha já uma estrutura montada e um portfólio consistente. Acrescia o fato de nesse ano as perspectivas de negócio serem ainda positivas. A empresa tinha anunciado até 2010 um faturamento de 60 milhões de euros e investimentos de 200 milhões até 2018. Entretanto, o programa de investimentos do grupo foi reavaliado, as obras do Warapuruo continuam paradas, e a Aquapura saiu fora da jogada, fundada pelo empresário Miguel Simões de Almeida, co-fundador da marca turística, confirmou que a Aquapura não vai ser a entidade gestora do Warapuru. "O Warapuru vai seguir o seu caminho, que será diferente do caminho da Aquapura", disse Miguel. O problema é que o caminho do Warapuru está cada vez mais indefinido.

As obras do Warapuru continuam paradas. Hoje , Vaz Guedes procura salvar a situação do resort Warapuru com outra parceria, possivelmente um banco, que deseje partilhar o investimento necessário para a conclusão do projeto. "Até ao final deste ano as obras devem ser retomadas e no espaço de um ano o hotel será inaugurado", assegurou João Vaz Guedes, irmão do antigo presidente da Somague. Só que daqui para frente vai pensar duas vezes antes de procurar o tradicional jeitinho de fugir da lei.

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"Há hoje em curso um movimento orquestrado pelo egoísmo onde grandes empresas nacionais e estrangeiras, somam grandes áreas, expulsando aos poucos, os pequenos produtores familiares, através da aparente legalização da compra de terras. E não é só no mundo do agronegócio mas também no imobiliário litorâneo."