Até o fim do primeiro semestre, a Eletronuclear pretende encaminhar ao governo federal uma lista com 40 locais, nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, onde poderão ser instaladas as novas usinas nucleares brasileiras. A informação foi dada ontem pelo presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, ao abrir, no Rio de Janeiro, o 2º Seminário Nacional de Energia Nuclear.
O coordenador do escritório da estatal no Nordeste, Carlos Henrique Mariz, esclareceu, porém, que a prioridade para implantação das novas usinas nucleares, já definida pela holding Eletrobras no planejamento até 2030, é o Nordeste brasileiro.
Três cenários de investimentos estão delineados. O primeiro envolve a construção de quatro usinas, duas no Nordeste e duas no Sudeste. O cenário intermediário prevê seis novas usinas, três em cada região. O cenário de investimentos mais volumosos, para atender ao crescimento da demanda, engloba oito plantas geradoras, quatro em cada região, “com a prioridade inicial no Nordeste”, insistiu Mariz. Cada usina deverá ter entre 1 mil megawatts (MW) e 1,1 mil MW de potência instalada.
Atualmente, quatro estados nordestinos disputam a sede das novas usinas nucleares: Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. O coordenador do escritório da Eletronuclear estimou que a definição dos locais, pelo governo federal, poderá ocorrer ainda neste primeiro semestre de 2011. O que há, no momento, segundo ele, são pré-condições para uma definição. Algumas microrregiões com condições para receber usinas já estão delimitadas entre Pernambuco e Bahia e entre Sergipe e Alagoas.
Uma das áreas em estudo pela Eletronuclear é a região de Belém do São Francisco, em Pernambuco. “É um sítio bastante interessante. Mas não quer dizer que isso seja uma decisão. Mas, provavelmente, se for em Pernambuco, há uma grande possibilidade de que a usina seja construída em torno do município de Belém do São Francisco”, revelou Mariz. Mariz estimou que o custo total de cada usina, com 1,1 mil MW instalados, é de R$ 10 bilhões.
O coordenador destacou que os lugares escolhidos poderão abrigar centrais nucleares, com mais de uma usina instalada, a exemplo de Angra dos Reis, no Estado do Rio, onde está a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, com as usinas Angra 1 e 2 e, em construção, Angra 3. “Nesse estudo, nós tivemos a preocupação de escolher locais com a possibilidade de você colocar, pelo menos, seis usinas nucleares, porque está demonstrado que, se você centraliza em um local, tem economia de escala bastante significativa”.
Fonte: Valor Online