Amanhã dia (18-12-010), o governador Jaques Wagner (PT),inaugura um novo estilo de trabalho na agricultura. Com um pouco menos de um século de atraso, chega ao Sul da Bahia, a primeira fábrica de chocolate da agricultura familiar. A célula do projeto nasceu em 1918 e conseguiu funcionar em 1927. A história da criação da fábrica de chocolate em Ilhéus, a Usina Vitória, começou em 1918 com a Associação Comercial de Ilhéus através da sua diretoria que tinha como presidente, na época o Sr. Hugo Kauffmann, que adquiriu do coronel Ramiro Ildefonso de Araújo Castro um terreno para ser construída a primeira usina modelo de secagem, esterilização e beneficiamento dos frutos do cacau.
Verificada a inutilidade das máquinas da usina de beneficiamento de cacau, as quais só se adaptavam aos cereais, propôs os Srs. Hugo Kauffmann & Cia., comerciantes nesta praça, o arrendamento do Prédio para a montagem de uma fábrica de chocolate.
A diretoria considerando os reais benefícios que viriam com a instalação de uma fábrica de chocolate no município resolveu aceitar a proposta dos Srs. Hugo Kauffmann & Cia. tendo na ocasião o presidente da Associação Comercial, o Sr. Leovigildo Penna.
Em 1925 o pioneiro Hugo Kaufman fez uma aliança com Manoel Misael da Silva Tavares dando origem à firma Kaufman & Tavares que foi desfeita em 1942, passando a girar com a antiga razão social, Hugo Kaufman & Cia. No ano seguinte, foi transformada em Cacau Industrial e Comercial S.A.
Em 1927, nascia então, a primeira fabrica de chocolate do Brasil e a segunda da América Latina.
E com ela o marco do processo de industrialização do cacau nos países produtores (1927), quando o pioneiro Hugo Kaufman montou a primeira usina de beneficiamento de cacau de Ilhéus - a Usina Vitória. Daquela data em diante outras indústrias instalaram-se na Bahia, mas o Brasil continua sendo o único país produtor de cacau que industrializa o produto, embora não o faça integralmente. Os demais, africanos e americanos, limitam-se a vender o produto primário, sob a forma de bagas". (Guia Turístico do Cacau, Ed. Panorama, 1964, p. 79).Iniciou-se o processo de industrialização do cacau nos países produtores.
Hugo Kaufmann morreu no dia 30 de abril de 1948 passando a empresa a ser dirigida pelos seus herdeiros o que vem acontecendo até os dias atuais.
Em 1957 a Cacau Industrial e Comercial S.A. inaugurou em Itabuna a Usina Helvética, uma das fábricas mais modernas de subprodutos do cacau". (Estórias da História de Ilhéus, Edições SBS, 1970, p. 234)
Em 1957 a Cacau Industrial e Comercial S.A. inaugurou em Itabuna a Usina Helvética, uma das fábricas mais modernas de subprodutos do cacau". (Estórias da História de Ilhéus, Edições SBS, 1970, p. 234)
O pioneiro Hugo Kaufmann, na industrialização do cacau, que terminou com a venda da Berkau, indústria construída por seu fiho Bernardo, no Iguape, Ilhéus.
Há quase trinta anos a Usina Vitoria foi desativada e de lá para cá, nenhum investimento foi feito no local, nem mesmo vigilância existia. O que acabou em sua demolição em 2008.
Há quase trinta anos a Usina Vitoria foi desativada e de lá para cá, nenhum investimento foi feito no local, nem mesmo vigilância existia. O que acabou em sua demolição em 2008.
Exportador de matéria prima
O cacaueiro sempre foi cultivado para aproveitar-se apenas as sementes de seus frutos, as bagas, que são a matéria-prima da indústria chocolateira. Por séculos o produtor não passava de um mero exportador de sementes secas, o que representam no máximo 10% do peso do fruto do cacaueiro. Os países compradores com estas sementes agregavam valores e conseguiam lucrar muito mais do que seus produtores e assim fez fama dos chocolates no exterior, na industria farmacêutica e etc., sem conhecer nem mesmo ao forma do fruto.
Ajudamos a fortalecer o modelo baseado no sistema do capitalismo globalizado,que explora e esfola os recursos locais (produtor) e enriquece os pólos transformadores.
Novo perfil de produtor
A partir da crise de 1989 foi que o produtor começou a se preocupar realmente com sua propriedade e sua produção e percebe-se que mesmo com toda tecnologia da informação favorável “o novo produtor” é mais presente e participativo. Obviamente que há muito por fazer para corrigir a falta de visão do passado que se preocupava apenas em vender sementes sem agregar valor. Hoje, investe e inova com um aproveitamento racional do fruto de cacau e passou a industrializar também o suco de cacau, a partir da extração e comercialização da sua polpa. Além do suco e da polpa de cacau pode se fazer ainda geléias, destilados finos, fermentados - vinho, vinagre - e xaropes para confeito, além de néctares, sorvetes, doces e uso para iogurtes. Existe mercado imediato, principalmente para o suco de cacau, tanto no país como no exterior.
Por Ed Ferreira
Por Ed Ferreira
Consultas bibliográficas:José Leite de Souza (Fundo do Baú) e Jose Nazal Soub (Minha Ilhéus)e Silva Campos do Livro crônicas da capitania de São Jorge.
